Minha avó sempre gostou de
palavras cruzadas, herdei dela o gosto de preencher os quadradinhos em branco.
Fico abismada com a facilidade que ela encerra o jogo sem colar das respostas
no final do livreto.
Dia desses resolvi me dar de presente
uma revista de palavras cruzadas nível difícil, por pura ousadia, pois ainda me
quebro para resolver as de nível médio. Tarde sossegada de Domingo, finalmente
abri a revista, que por sinal, me pareceu estar em outro idioma. Me deparei com
perguntas as quais não fazia a mínima ideia da resposta, obviamente minha baixa-estima
intelectual se elevou, ou seja, me senti uma analfabeta.
É claro, uma revista de palavras
cruzadas tem por finalidade entreter e testar o nosso conhecimento e não,
deixar o “jogador” em depressão profunda, entretanto, eu não pude evitar a
frustração por não ter conseguido preencher todos os quadrados. Fiquei
frustrada por não saber qual a enzima que catalisa a hidrolise de lipídios e
por perceber que a vida muitas vezes, se apresenta como um jogo de palavras
cruzadas.
Dizem os mais experientes no
jogo, que devemos responder as perguntas mais fáceis antes de quebrar a cabeça
com as mais difíceis, realmente é uma boa dica, na vida também não podemos menosprezar
as questões simples, pois elas podem ser o caminho para a resposta difícil que
buscamos.
Outra dica dos mais sábios é que “colar”
nunca é uma boa alternativa, as respostas do outro nunca sanarão as nossas
dúvidas. Quando copiamos as ações do outro abrimos mão da originalidade da nossa
própria vida, aí sim, assinamos o certificado de analfabetismo existencial. Na
vida a questão é exclusiva e a resposta também.
Todavia, nem sempre encontraremos
todas as respostas, pelo menos, imediatamente. Assim como na palavra cruzada, a
vida requer paciência, prática e experiência. Então, quando todas as dúvidas
forem respondidas, quando a palavra dos quadrados em negrito estiver completa e você
descobrir a maior curiosidade da sua vida, encerra-se a brincadeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário