Paixão Pela Vida

Nós apaixonados pela vida sabemos que ela não seria tão interessante se não existissem os dramas, as reviravoltas, certas decepções e fatores que nos fizessem verter lágrimas até quase desidratar.

Nas alegrias, comemoramos e repartimos o riso. Quando admiramos alguém, elogiamos sem medo, rasgamos seda com vontade. Não racionalizamos muito. Confiamos nas pessoas com certa facilidade. Sentimos tudo (ou intuímos). Quando entusiasmados somos capazes de contagiar a torcida tricolor. Em contrapartida, quando tristes, nós costumamos nos isolar das “multidões”, sejam de pessoas ou de palavras. É o jeito dos apaixonados pela vida encararem momentos tristes, enfiando a cara no travesseiro e chorando até a dor passar. “A tristeza pode durar uma noite, mas alegria vem pelo amanhecer”. E não temos escolha... O Sol chega, nos envolve e aquece, não resistimos e voltamos a sorrir. Somos apaixonados!

Quando encaramos os embates da vida, seja da maneira que for, amadurecemos. Nessas lutas, muitas vezes caímos, mas as quedas nos fortalecem. Levantamos e seguimos em frente com passos firmes e mais cautela. Administraremos com mais sabedoria as próximas colisões, pensamos! E de fato é o que acontece.

Já me feri, caí diversas vezes. Tenho ainda alguns arranhões e cicatrizes. Chorei muito, como uma boa apaixonada, mas a maturidade nos ensina que a lágrima é uma carícia sincera que fazemos a nós mesmos, um “analgésico” natural. E toda a dor passa.

Quando minhas lágrimas rolam, examino meus sentimentos. A lágrima justa, como a perda de alguém, saudade de quem está longe ou a maldita TPM, considero natural. Agora, se a lágrima for autocomiseração, mando pra longe na hora!

Pessoas libertadoras, geralmente nos auxiliam nesses momentos. E nem se dão conta do quanto nos ajudam. Há momentos na vida em que o “TUDO” que precisamos é um conjunto de silêncio, compreensão e amor. Só isso. Embora pareça pouco, para quem está sofrendo é água fresca em meio ao deserto! Sou grata a Deus, pelas pessoas libertadoras que existem na minha vida.

Pessoas que compreendem meus momentos de solidão... E disso eu não abro mão.

Eu sempre optei pelas rodas de violão com amigos ao invés de virar a noite em baladas. Prefiro arroz com feijão com aqueles que eu amo, do que um banquete com quem não conheço, visando apenas status. O aplauso da “galera” nunca motivou a nada.

Quero ser admirada por aqueles que convivem comigo. Quando piso na bola, não tenho dificuldade de pedir perdão. Além disso, conto tudo o que faço pra minha mãe e nunca experimentei drogas. Enfim gosto de manter o conservadorismo em algumas áreas da minha vida. Não ligo ser chamada de "careta". Não me orgulharia mesmo de ser "rebelde".

Minha rebeldia é trocar o dia pela noite, comer bastante chocolate, ser avessa a tudo que me prenda, as vezes falar palavrões e achar legais algumas músicas da “Fresno". Nada de muito irreversível. E estou longe de beirar a perfeição.

Cada um é apaixonado pela vida do seu jeito. Uma vez descobrindo o que desperta essa paixão, nosso desígnio será revelado. A vontade de viver não depende de fatores externos e sim, dessa paixão que vem da alma e que renova nossas forças.

Que a nossa paixão pela vida esteja ligada as nossas atitudes. Que a gente aprenda a não julgar as atitudes do outro e respeitar as diversas formas que o outro tem de administrar a vida. Cada um faz o melhor que pode, não tem jeito... Mudar não é tão fácil! Requer empenho e foco.

Apaixonados pela vida têm objetivos e deles não desistem nunca.

Para finalizar, quero usar uma frase de Cristiano Hahn, acadêmico de psicologia da Ulbra Torres - RS, essa frase me fez refletir sobre esse tema:

"-Se não tem paixão não tem descoberta nem realização"