Não somos apenas um material que o tempo danifica e que está subjugado aos eventos da vida. Nós somos mais do que ossos, órgãos e tecidos. Nós somos isto e o todo. Se fossemos apenas carne, apenas matéria penso que não deixaríamos para trás tantas marcas.
A morte esfria o corpo, mas esquenta os sentimentos, cai a ficha. Depois que alguém parte, existe a sensação de que deveríamos ter feito mais, amado mais, não é verdade? E não é por que não amamos o suficiente, mas por que não sabíamos que amávamos tanto. Na verdade, nem sabíamos que éramos capazes de carregar tanto amor dentro do peito.
A carne não ama, compreendemos o que é o amor quando nos desprendemos da matéria. O amor exige a morte do eu. A renúncia. Acho que jamais alguém conseguirá explicar com exatidão os laços de amor que unem as pessoas.
De quem partiu ficam as lembranças. A voz permanece intacta em nossa mente, nos lembramos em cores, perfeitamente. Em algum lugar aquela pessoa está viva dentro de nós, deve haver uma razão para isto.
Eu acredito no reencontro. E quando eu partir, se não houver nada além disso aqui, não fará diferença alguma a minha crença. Entretanto eu escolho crer para ver. Esse mundo é muito raso para a profundidade e complexidade do nosso ser, eu acredito no reencontro. Eu acredito que somos mais do que a carne, mais do que o osso, mais do que vemos e menos do que pensamos ser.
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