Quem em sã consciência se submeteria à tortura da espera por um telefonema, sms ou qualquer sinal ou manifestação de afeto? Só um louco faria a angustiante análise do discurso da pessoa amada, para decifrar o que foi dito nas entrelinhas - ou tentar encontrar algum código secreto.
Apaixonar-se é como viver num manicômio sentimental usando uma camisa de força para não machucar a si próprio tampouco o alvo de tanto carinho. Tudo que o outro faz ou deixa de fazer causa um abalo sísmico no emocional do louco apaixonado e é necessário que se tenha paciência para aprender a lidar com esse universo pirado das emoções.
Chorar até desidratar, rir até sangrar, odiar cada centímetro da pessoa que se ama, morrer de amor, ou seja, ser louco, ser uma hipérbole ambulante, enxergar tudo com lentes de aumento, quem desejaria isso? Obvio que ninguém quer enlouquecer e quem sabe esse seja o maior desafio do amor, tornar a loucura sadia, administrar surtos psicóticos com bom-humor e transformar neuroses e crises em arte.
Amar é uma insanidade benéfica e um sofrimento que ninguém consegue evitar. Amar é uma forma de dar razão para a própria loucura.
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